Ficha Técnica
O País de São Saruê
LLonga • Documentário • 1971 • 90min
"Há três séculos as terras secas do Nordeste foram conquistadas à grande nação dos índios Cariris pelos bandeirantes e colonos. Distantes do Litoral, estabeleceram as primeiras fazendas de gado, desenvolvendo uma cultura pastoril e agrícola. Após um grande desenvolvimento, gerando um período de fausto, essas fazendas, caracterizadas pelo regime de senhores e servos, estagnaram-se economicamente. Com o início de um novo ciclo econômico, o do ouro em Minas Gerais, essas regiões foram abandonadas, mas seus proprietários deixaram atrás de si um imenso potencial de riqueza ainda inexplorado. Trezentos anos depois, essas terras permanecem tal como foram deixadas pelos seus pioneiros ocupantes. À custa de muitas lutas, os novos colonos tentam nelas sobreviver. Documentário apoiado em entrevistas com sertanejos, líderes políticos e empresários nos sertões da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará".

Diretor: Vladimir Carvalho

Um dos mais importantes documentaristas do país, nasceu em 1935 em Itabaiana, na Paraíba. Começou a carreira escrevendo críticas para os jornais A União e Correio da Paraíba. Foi corroteirista de Aruanda (1960), de Linduarte Noronha, um dos documentários que marcaram o início do Cinema Novo. Logo depois, dirigiu com João Ramiro Neto o filme Romeiros da guia (1962), sobre a peregrinação anual de pescadores de João Pessoa à Igreja de Nossa Senhora da Guia. Em 1962, na Bahia, foi assistente de produção da primeira fase de Cabra marcado para morrer (1984), de Eduardo Coutinho. Em 1967, dirigiu o curta A bolandeira, sobre os engenhos de cana de tração animal do sertão paraibano. De 1967 a 1971, fez seu primeiro longa-metragem, O país de São Saruê, durante longo tempo proibido pela censura. Em 1969, foi para Brasília lecionar na universidade e lá realizou Vestibular 70 (1970). Em seguida, fez três filmes de média-metragem: Incelência para um trem de ferro (1972), A pedra da riqueza (1975) e Brasília segundo Feldman (1979). Seguiram-se outros dois filmes: O homem de areia (1981) e O evangelho segundo Teotônio (1984). Em 1990, foi a vez do longa Conterrâneos velhos de guerra e, em 2001, Barra 68. Lançou em 2007 o documentário O engenho de Zé Lins, sobre o escritor José Lins do Rego.

 

Roteiro: Vladimir Carvalho

Assistência de direção: Walter Carvalho

Produção: Vladimir Carvalho e João Ramiro Mello

Direção de Fotografia: Manuel Clemente

Montagem: Eduardo Leone

Assistente de montagem: Dora Genis

Narrador: Paulo Pontes

Restauração: Francisco Sérgio Moreira

Trilha Sonora: Ernesto Nazareth; José Siqueira; Luiz Gonzaga; Marcus Vinicius

Entrevistados:

José Gadelha – Usineiro e parlamentar

Charles Foster – do Peace Corps

Antonio Mariz – Prefeito

Pedro Alma – Pioneiro do ouro

Zeca Inocêncio – Ex-garimpeiro.

 

Produtora:  João Ramiro Mello Produções Cinematográficas